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Sexta-feira

Ao enfrentar a morte iminente durante um desastre de avião, Max Klein (Jeff Bridges) encontra a calma interior e a libertação do medo pela sua aceitação do fim inevitável. Livre de pânico, ajuda os outros passageiros a manter a calma e, após sobreviver ao impacto, a escapar com vida. O que se segue é a sua difícil e complexa viagem de volta à estabilidade emocional e espiritual.
Fearless (1993) pode não ser o melhor filme de Peter Weir, mas contém uma cena perfeita que retrata o processo psicológico de um homem que passa para um nível alterado de consciência. Na tentativa de compreender o estado mental de Max, a mulher Laura (Isabella Rossellini) percorre a secretária do marido à procura de pistas. O que encontra é um bloco de desenhos com imagens repetidas de um vórtice, um turbilhão de riscos e cores, colagens e fotografias em torno de um só tema. Naqueles desenhos Laura descobre o percurso mental que o seu marido traçou em direcção à loucura, e descobre o espectador o retrato feito por Max da experiência turbulenta do desastre de avião, o vórtice em direcção à morte filmado por Weir com intensidade e anti-sensacionalismo.
Quando era mais novo a ideia da morte não me assustava. Agora já não penso assim. Não é por a morte estar mais perto, mas por tê-la mais presente. A morte não espera por nós, não espera que completemos a nossa lista de coisas para fazer. A morte não aguarda por pedidos de desculpa ou declarações de amor. Chega, e pronto. Será que as coisas mudam por sabermos que vamos morrer. Porque eu vou morrer. E tu vais morrer. Não tenhas dúvidas. Será que isso nos deve fazer mudar?
A liberdade vem de dentro - freedom is from within - disse Frank Lloyd Wright. Isso é tudo. Desde que abrimos os olhos pela primeira vez, tudo é ganho, tudo é lucro, mesmo a dor.

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